sábado, 8 de abril de 2017

Gigante


Amedronta quem não a conhece, cansa quem a vivencia. O cheiro ácido que repele e ao mesmo tempo vicia.  A hibridez que apaixona, são tantas cores, vidas...Cinza.
Não existe amor em São Paulo? Existe sim..Existe absolutamente tudo.

Foto: Marcello Fim

Vida que segue....It´s a Match!

O relacionamento chegou ao fim, assim como o iogurte na geladeira. Vai ao ‘mercado’ se ‘abastecer’ e segue desconfiado, ferido, mas com um semblante e um discurso de quem ainda dá conta de tudo isso.Seu estigma é acreditar que as histórias são todas iguais e um tanto descrente, acha que não há mais nada a perder. 
A alma é faminta, mas o amor não nasce em prateleiras, muito menos a superficialidade alimenta a nossa verdadeira vontade de viver. 


sábado, 18 de março de 2017

Teresa...

Teresa olha pela janela do seu apartamento, no oitavo andar, ludibriada pelas luzes de uma cidade imensa, carregada de vida e ao mesmo tempo tão vazia. Apaixonada pela esperança de se sentir integrante daquilo tudo, Teresa se sente sozinha, mesmo com tantos amigos.

Dona de um corpo esguio, ainda mais bonita quando se enfeita. Apesar de andar com classe em um salto alto, se sente tão frágil como se estivesse descalça. Sente falta da sua mãe, sente falta de ter o seu amor. Teresa só queria um colo, uma frase: - "Ei Menina, tudo vai ficar bem"...

Mas ela não se deixa abater, sempre sorridente, esperançosa e com um ar de quem já nasceu pronta.  Teresa só queria se sentir amada de verdade...

No dia seguinte, depois de orar e agradecer por algo que ainda não teve, ela segue tentando se convencer de que tudo vai bem. Mas no fim do dia, olhando pela mesma janela, Teresa se dá conta que aquilo parece ser muito pra ela e chora.

Seu grito é quase silencioso, clamando por algo tão simples... Só o que Teresa  precisa é de amor...Amor próprio.

quarta-feira, 28 de março de 2012


...Hoje estou me sentido órfã de pai e mãe.
Com um buraco no estômago, um vazio...
Sensação de abandono.
Como bem disse André Barcinski:
“O mirante de Ipanema está vazio. Estamos sozinhos. Agora é cada um por si.”
E hoje, inevitavelmente, chorei.



sexta-feira, 23 de março de 2012

O quintal lá de casa...


Eis o quintal de casa...
E é no meio desse ‘nada’ que eu me sinto muito. Muito pequena, muito simples, com uma certa leveza e um tanto quanto equilibrada.
E eu não preciso de muito pra viver, nem para dividir, muito menos para perceber que é tão pouco que eu preciso para ser eu mesma.
Diante de tamanha grandiosidade da mãe natureza é que eu me sinto muito, inclusive agradecida por perceber que minha bagagem será sempre pequena, porque não será preciso eu carregar quase nada para continuar escrevendo a minha história, caminhando serena, porém feliz. 

Escrito por Renata Motta.

quinta-feira, 22 de março de 2012

O Mundo pertence ao sem Noção.


Não é engraçado quando nos esquecemos do que nos traz a um determinado lugar ou ação? Pois bem, esse blog só começou porque em um momento da  minha vida  eu tive um perturbador e revelador insight! Eu explico.
Há mais de dez anos atrás, eu aguardava um ônibus em uma manhã chuvosa de domingo a caminho do trabalho e você consegue, por esse pequeno descritivo, imaginar a alegria que me dominava naquele dia, não é? Estava acompanhada com mais oito felizardos que compunham aquele ponto de ônibus quando de repente, fomos abordados um a um por uma senhora, aparentando uns sessenta e cinco anos, bem disposta, com um a voz fininha, agudinha, perguntando em que local ela poderia encontrar um telefone para chamar um taxi. Percebi nitidamente que não se tratava de nenhuma emergência, mas a pergunta era sempre a mesma, sem nenhuma pausa para um respiro e por mais de oito vezes:
- “Sabe onde tem telefone pra taxi? “ Sabe onde tem telefone pra taxi? “Sabe onde tem telefone pra taxi?”...
O meu cérebro já quase derretendo, tomou a iniciativa de não só pegar o meu próprio telefone, como também ligar para um taxista com intuito de fazer aquela pequena e insistente criatura sumir daquele meu domingo chuvoso e preguiçoso. Foi aí que percebi algo que mudaria minha vida por completo, a consciência de que definitivamente o mundo pertence às pessoas sem a mínima noção. Porque mesmo sem um pingo de bom senso a pequenina mala conseguiu o que queria; chamar seu taxi. E eu, continuava no ponto de ônibus e na chuva.  Aí você me questiona:
- Oras bolas, mas por que não pegou uma carona com a mulher? E eu te respondo: Nem morta! Provavelmente ela me faria pagar o taxi, sem falar naquela voz destruindo o que restara do meu cérebro...
Depois desse dia comecei a ficar mais atenta à síndrome ‘Velhinhas do taxi’ e percebi que existia uma grande quantidade de pessoas que ganhavam ou conquistavam o que almejavam por pura insistência, ou pela nítida falta de noção. Eles não têm a menor preocupação com o incomodo alheio, discernimento do certo ou errado, não são dotados de sendo crítico. Não se preocupam com etiqueta, se a ocasião exige gíria ou português coloquial, se serão amados ou odiados, em suma, eles estão cagando para a nossa percepção em relação a eles.
Com o tempo percebi que esse numero de alienígenas só tem aumentado, parecem brotar do chão, se multiplicando aos montes, vejamos o Youtube e o Congresso Nacional, lotados de pessoas com este predicado.
O interessante é que enquanto analisamos, o sem noção captura. Enquanto planejamos, ele se arrisca. Enquanto nos preparamos, ele se aventura. Enquanto ensaiamos, ele discursa. O sem noção não tem medo do tombo, não tem medo da rejeição, muito menos da critica, parece nem temer a punição. Ele é como um tufão de vento que quando aparece causa estrago e repele as pessoas em sua volta, mas que carrega consigo o que tiver pela frente e sem que você perceba, ele já foi e normalmente levando o que não merecia.
Ouvi dizer que são sedentos por atenção, carentes pela própria natureza, e ficam ludibriados quando ganham a razão.
 O Sem Noção tem assumido muitos cargos importantes, tem administrado cidades, comanda grandes canais de mídia, escreve livros, deleita-se na maldita inclusão digital e você aí temendo o calendário Maia, as profecias de Nostradamus, o segredo de Nossa Senhora e o lixo espacial?
Olha, eu não gostaria de ser apocalíptica, mas devo alerta-lo que essas criaturas abomináveis não só estão dominando o mundo como também pretendem acabar com ele. 
Mas ainda sim, não posso deixar de expressar o meu agradecimento por tamanha inspiração, afinal são eles que alimentam minha sede por continuar esse blog, quase tão sem noção quanto meus inspiradores... Ops!
Au revoir!
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...